sexta-feira, 17 de junho de 2011

Queimadas, problemas na agricultura brasileira

Ao contrário do que preconizam os estudiosos e pessoas que, como Monteiro Lobato, abordou a prática como um legado nocivo dos índios, as queimadas que estes realizaram ao longo de cerca de doze mil anos de sua presença nas atuais terras do Brasil mantiveram a natureza em equilíbrio - o que deixou de ocorrer, entretanto, com a incorporação da limpeza do terreno pelo fogo à cultura européia introduzida a partir de 1500: a divisão da terra em propriedades, o cultivo monocultor, etc., que dizimaram a flora nativa.

O manejo dos índios não era baseado apenas no fogo: a formação das roças em locais escolhidos permitia a interação com a natureza circundante, sua preservação, obtendo em troca a caça e a proteção contra pragas. Algo que foi perdido, como constatou Darcy Ribeiro, ao afirmar: "Assim passaram milênios até que surgiram os agentes de nossa civilização munidos, também ali, da capacidade de agredir e ferir mortalmente o equilíbrio milagrosamente logrado por aquelas formas complexas de vida".

Um relatório feito em 1982 da CPI para apurar a devastação da floresta amazônica, instalada em 1979, segundo dados fornecidos pelo pesquisador José Cândido de Melo Carvalho, informava que a queimada era o principal problema inerente ao desmatamento na região. Dentre outros danos está à destruição quase que total da fina camada (de 30 a 40 centímetros) de matéria orgânica superficial. Acentua-se que a prática, então, muitas vezes não era acompanhada da proteção de aceiros, o que agrava seus efeitos danosos.

O mesmo pesquisador informou que "além de diminuir os processos de oxidação e transformação dos nutrientes normais, pela diminuição da vida microbiana, o fogo destrói também sementes, plantas jovens, raízes, eliminando vegetais que comumente não terão possibilidade de sobrevivência na área, a não ser por reintrodução posterior, através do homem, animais ou agentes físicos."



http://pt.wikipedia.org/wiki/Queimada

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